Descoberto um universo multidimensional em redes cerebrais

A imagem tenta ilustrar algo que não pode ser visualizado — um Universo de estruturas e espaços multidimensionais. Acima, uma cópia digital de uma parte do neocórtex, a parte mais evoluída do cérebro. Abaixo, formas de tamanhos e geometrias diferentes, na tentativa de representar estruturas que variam de 1 dimensão a 7 dimensões e além. O “buraco negro” no meio é usado para simbolizar um complexo de espaços ou cavidades multidimensionais. (Créditos da imagem: Blue Brain Project).

Para a maioria das pessoas, é necessário um pouco de imaginação entender o mundo em quatro dimensões, mas um estudo descobriu estruturas no cérebro com até onze dimensões — trabalho inovador que começa a revelar os segredos arquitetônicos mais profundos do cérebro.

Usando a topologia algébrica de uma maneira que nunca foi usada antes na neurociência, uma equipe do Blue Brain Project descobriu um Universo de estruturas e espaços geométricos multidimensionais nas redes do cérebro.

A pesquisa, publicada na revista Frontiers in Computational Neuroscience, mostra que essas estruturas surgem quando um grupo de neurônios forma uma camarilha: Cada neurônio se conecta a todos os outros neurônios do grupo de uma maneira muito específica que gera um objeto geométrico preciso. Quanto mais neurônios houver em uma camarilha, maior será a dimensão do objeto geométrico.

“Encontramos um mundo que nunca imaginamos”, disse o neurocientista Henry Markram, diretor do Blue Brain Project e professor da Escola Politécnica Federal de Lausan (EPFL, na sigla em inglês) em Lausanne, na Suíça. “Existem dezenas de milhões desses objetos, mesmo em uma pequena parte do cérebro, através de sete dimensões. Em algumas redes, encontramos estruturas com até onze dimensões”, acrescentou o professor.

Markram sugeriu que a descoberta pode explicar por que tem sido tão difícil entender o cérebro: “A matemática geralmente aplicada às redes de estudo não pode detectar as estruturas e os espaços de alta dimensão que agora vemos claramente”.


Se os mundos 4D exigem muito da nossa imaginação, os mundos com 5, 6 ou mais dimensões são complexos demais para a maioria de nós compreender. É aqui que entra a topologia algébrica: um ramo da matemática que pode descrever sistemas com qualquer número de dimensões. Os matemáticos que trouxeram a topologia algébrica para o estudo das redes cerebrais no Blue Brain Project foram Kathryn Hess, da EPFL, e Ran Levi, da Universidade de Aberdeen.

“A topologia algébrica é como um telescópio e um microscópio ao mesmo tempo. Ele pode ampliar as redes para encontrar estruturas ocultas — as árvores na floresta — e ver os espaços vazios — as clareiras — tudo ao mesmo tempo”, explica Hess.

Em 2015, o Blue Brain publicou a primeira cópia digital de um pedaço do neocórtex — a parte mais evoluída do cérebro e a sede de nossas sensações, ações e consciência. Na pesquisa mais recente, usando topologia algébrica, vários testes foram realizados no tecido cerebral virtual para mostrar que as estruturas cerebrais multidimensionais descobertas nunca poderiam ser produzidas por acaso. 

Experimentos foram então realizados em tecido cerebral real no laboratório úmido do Blue Brain em Lausanne, confirmando que as descobertas anteriores no tecido virtual são biologicamente relevantes e também sugeriram que o cérebro se religue constantemente durante o desenvolvimento para construir uma rede com tantas estruturas de alta dimensão quanto possível.

Quando os pesquisadores apresentaram um estímulo no tecido cerebral virtual, grupos de dimensões progressivamente mais altas se reuniram momentaneamente para incluir orifícios de alta dimensão, que os pesquisadores chamam de cavidades. “O surgimento de cavidades de alta dimensão quando o cérebro está processando informações significa que os neurônios da rede reagem a estímulos de maneira extremamente organizada”, explica Levi. 

“É como se o cérebro reagisse a um estímulo construindo e destruindo uma torre de blocos multidimensionais, começando com barras (1D), depois pranchas (2D), depois cubos (3D) e, em seguida, geometrias mais complexas com 4D, 5D, etc. A progressão da atividade pelo cérebro se assemelha a um castelo de areia multidimensional que se materializa na areia e depois se desintegra”, concluiu.

A grande questão que esses pesquisadores estão perguntando agora é se a complexidade das tarefas que podemos executar depende da complexidade dos “castelos de areia” multidimensionais que o cérebro pode construir. A neurociência também tem se esforçado para descobrir onde o cérebro armazena suas memórias. “Elas podem estar escondidas em ‘cavidades de alta dimensão’”, especulou Markram.

Teoria quântica que diz que duas realidades podem coexistir é comprovada em experimento


A física quântica, como sabemos, é um reino totalmente diferente e estranho da física. Lá, coisas estranhas e inimagináveis no nível normal da física acontecem, como o entrelaçamento quântico e outros fenômenos. E por incrível que pareça, as coisas acabaram de ficar mais estranhas. Um experimento acaba de comprovar uma questão que tem intrigado os cientistas que estudam este campo da física há anos: será que duas versões da realidade podem existir ao mesmo tempo? Os físicos dizem que a resposta para essa pergunta é afirmativa – pelo menos no mundo quântico.

O experimento colocou em prática uma teoria: dois indivíduos observando o mesmo fóton poderiam chegar a diferentes conclusões sobre o estado desse fóton – e, no entanto, ambas as suas observações estariam corretas. Pela primeira vez, os cientistas replicaram as condições descritas neste experimento mental. Seus resultados, publicados em 13 de fevereiro, confirmaram que, mesmo quando os observadores descreviam estados diferentes no mesmo fóton, as duas realidades conflitantes poderiam ser ambas verdadeiras.


“Você pode verificar as duas”, confirma Martin Ringbauer, um dos co-autores do estudo e pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Física Experimental da Universidade de Innsbrück, na Áustria.

Mas Como Isso é Possível?

A ideia desconcertante de duas realidades coexistindo é de Eugene Wigner, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1963. Em 1961, Wigner introduziu um experimento mental que ficou conhecido como “amigo de Wigner”. Começa com um fóton – uma partícula de luz. Quando um observador em um laboratório isolado mede o fóton, ele descobre que a polarização da partícula – o eixo no qual ela gira – é vertical ou horizontal. Entretanto, antes que o fóton seja medido, ele exibe as duas polarizações de uma só vez, conforme ditado pelas leis da mecânica quântica; ele existe em uma “superposição” de dois estados possíveis.

Uma vez que a pessoa no laboratório mede o fóton, a partícula assume uma polarização fixa. Mas para alguém de fora daquele laboratório fechado que não conhece o resultado das medições, o fóton não medido ainda está em estado de superposição. A observação desta pessoa de fora e, portanto, sua realidade, divergem da realidade da pessoa no laboratório que mediu o fóton. No entanto, nenhuma dessas observações conflitantes é considerada errada, de acordo com a mecânica quântica.

Estados Alterados

Durante décadas, esta proposta bizarra de Wigner foi apenas uma interessante experiência mental. Mas nos últimos anos, avanços importantes na física finalmente permitiram que especialistas colocassem a proposta de Wigner à prova. “Os avanços teóricos foram necessários para formular o problema de uma maneira testável. Então, o lado experimental precisou de desenvolvimentos no controle de sistemas quânticos para implementar algo assim”, explica Ringbauer ao portal Live Science.

Ringbauer e seus colegas testaram a ideia original de Wigner com um experimento ainda mais rigoroso que duplicou o cenário. Eles designaram dois “laboratórios” onde os experimentos aconteceriam e introduziram dois pares de fótons emaranhados, o que significa que seus destinos estavam interligados, de modo que saber o estado de um automaticamente informa o estado do outro. Os fótons da configuração eram reais. Quatro “pessoas” no cenário, chamadas de “Alice”, “Bob” e um “amigo” de cada um, não eram reais, mas representavam observadores do experimento.

Os dois amigos de Alice e Bob, que estavam localizados “dentro” de cada um dos laboratórios, mediam um fóton em um par entrelaçado. Isso quebrou o emaranhamento e colapsou a superposição, o que significa que o fóton medido existia em um estado definido de polarização. Eles gravaram os resultados em memória quântica – copiados na polarização do segundo fóton.

Alice e Bob, que estavam “fora” dos laboratórios fechados, foram então apresentados a duas escolhas para realizar suas próprias observações. Eles podiam medir os resultados de seus amigos armazenados na memória quântica e, assim, chegar às mesmas conclusões sobre os fótons polarizados, mas também poderiam conduzir sua própria experiência entre os fótons emaranhados.


Neste experimento, conhecido como experimento de interferência, se os fótons atuam como ondas e ainda existem em uma superposição de estados, Alice e Bob veriam um padrão característico de franjas claras e escuras, onde os picos e vales das ondas de luz adicionam ou cancelam uma à outra. Se as partículas já tivessem “escolhido” seu estado, eles veriam um padrão diferente do que se elas não tivessem. Wigner havia proposto previamente que isso revelaria que os fótons ainda estavam em um estado emaranhado.

Os autores do novo estudo descobriram que, mesmo em seu cenário duplicado, os resultados descritos por Wigner eram válidos. Alice e Bob puderam chegar a conclusões sobre os fótons que eram corretas e prováveis e que ainda diferiam das observações de seus amigos – que também eram corretas e prováveis, de acordo com o estudo.

Outras Regras

A mecânica quântica descreve como o mundo funciona em uma escala tão pequena que as regras normais da física não se aplicam mais. Segundo Ringbauer, especialistas que estudam o campo já ofereceram inúmeras interpretações do que isso significa durante várias décadas. No entanto, se as medidas em si não são absolutas – como essas novas descobertas sugerem – isso desafia o próprio significado da mecânica quântica.

“Parece que, em contraste com a física clássica, os resultados das medições não podem ser considerados verdade absoluta, mas devem ser entendidos em relação ao observador que realizou a medição. As histórias que contamos sobre mecânica quântica têm que se adaptar a isso”, diz ele ao Live Science. “O método científico baseia-se em fatos, estabelecidos através de medições repetidas e acordados universalmente, independentemente de quem os observou.

Na mecânica quântica, a objetividade das observações não é tão clara”, diz Maximiliano Proietti, outro dos co-autores do estudo, no artigo publicado no jornal pré-impresso AirXiv.

É como se a máxima “ver para crer” não fosse suficiente para este bizarro e sensacional campo da física.


Fenômeno Déjà vu pode ter conexão misteriosa com Universos paralelos

A maioria de nós já viveu a experiência do déjà vu, a sensação estranha de ter tido uma experiência onde o tempo parece se mover em câmera lenta e em que acabamos sempre pensando “eu já tenha experimentado isso antes.”
Por décadas, pesquisadores em diferentes áreas do conhecimento e da ciência têm tentado encontrar uma explicação racional para esse fenômeno, no entanto, ninguém ainda foi capaz de entender como podemos viver esta experiência de déjà vu, pelo menos até agora.

Os fenômenos de déjà vu acontecem ocasionalmente e não existem padrões claros que podem nos dar pistas sobre sua origem. Entre 60% e 80% das pessoas que viveram todo o mundo. É quase sempre experiência transitória e ocorre aleatoriamente.

Muitos pesquisadores têm proposto que este fenômeno resulta de uma memória relacionada e acham que os centros de memória do cérebro são responsáveis por esse fenômeno da experiência déjà vu. Outras pessoas associam o fenômeno com a profecia ou vidência, com memórias de vidas passadas e ainda outros se referem a ele como um sinal místico.
Outros, ainda, associam esse fenômeno com a existência de universos paralelos. Tal é o caso do Dr. Michio Kaku, um futurólogo americano, um físico teórico e escritor de ciência, que acredita que universos paralelos podem explicar o fenômeno misterioso e estados da física quântica podem realmente fornecer os detalhes necessários para sugerir que o ‘déjà vu ‘Pode ser provocado pela sua capacidade de “alternar entre diferentes universos.”

A ideia de que existem outros universos (teoria do multiverso) tem sido apoiada por vários cientistas, incluindo o professor Steve Weinberg, um físico teórico e ganhador dodo Prêmio Nobel. De acordo com o Professor Weinberg, eles podem coexistir na mesma sala com a gente um número infinito de realidades paralelas.

Embora estes mundos sejam muito semelhantes, cada um tem uma energia diferente. E porque cada mundo é composto de trilhões de trilhões de átomos, isto significa que a diferença de energia pode ser bastante grande.

Uma vez que a frequência destas ondas é proporcional à sua energia (lei de Planck), isto significa que cada ondas do mundo vibram a frequências diferentes e não podem interagir.

Isso significa que seria muito provável que no exato momento em que você experimentar um fenômeno de déjà vu estaria vibrando em uníssono com outros cosmos universo paralelo. 

O Poder da Mente Sobre a Matéria

Mais uma reportagem que transcrevo dos meus arquivos de revistas antigas que gostaria que todos tivessem a oportunidade de ler. Dessa vez trata-se de um artigo da Rrevista Planeta de 3 de fevereiro de 1997, escrito pela Redatora Chefe da revista, Fátima Afonso... E la vai física quântica!
Conta à lenda que, certa vez, um homem precisava cruzar o mar e Bibhishana escreveu o nome de Rama – a sétima encarnação de Vishnu – em uma folha e amarrou-a em um pedacinho de suas roupas. Em seguida, recomendou: “Não tenha medo. Se tiver fé, você caminhará sobre as ondas. No entanto, se por um momento deixar de crer, você morrerá afogado.”

         Fazendo o que lhe havia sido recomendado, o homem pôs-se a caminho. Tudo ia muito bem quando, subitamente, sentiu uma curiosidade incontrolável de saber o que de tão poderoso tinha sido colocado em suas vestes. Quando viu apenas aquela pequena folha com o nome de Rama, pensou: “Mas é só isso?” Nesse momento, tomado pela dúvida, ele afundou e desapareceu nas águas do mar.

          Essa narrativa, colhida na tradição Hindu, poderia muito bem ter sido contada pelo físico José Andreeta, que, junto com sua esposa, é o entrevistado desta edição. Andreeta, como muitos de seus colegas de profissão, aprendeu a reconhecer a importância da fé mergulhado no mundo quântico – reino de prótons, elétrons, quantas, fótons, etc. estranho? Nem tanto.
A história é complexa. Mas, resumindo bastante, segundo a mecânica quântica, a nossa mente prevalece sobre a matéria, ou seja, ela domina e cria tudo – algo, aliás, que Buda dizia há quatro mil anos e, como bem sabem os leitores da PLANETA, os adeptos da psiconeuroimunologia já aceitam há décadas como verdade.
A física quântica, porém, não para por aí: algumas de suas teorias deixam as portas abertas para possibilidade da vida após a morte, da reencarnação e da existência de uma inteligência superior ao homem. Embora nada disso, por enquanto, possa ser comprovado pela ciência, muito lentamente vamos adquirindo ferramentas para compreender fenômenos que estão bem além do nosso entendimento.
Seja como for, com ou sem provas científicas, todos nós, uma vez ou outra, já escapamos do nosso mundinho de condicionamentos e conseguimos realizar “milagres” – mesmo que tenha sido lá atrás, quando ainda vivíamos o mágico momento da infância. Repeti-los agora, jura Andreeta, é só questão de fé...
Tudo é possível
(Revista Planeta – Por Fátima Afonso)
O físico José Andreeta, professor da USP/São Carlos, e sua mulher, Maria de Lourdes Andreeta, advogada e filósofa, lançam em março o livro: “Quem se atreve a ter certeza? – A realidade quântica e a filosofia” pela editora Mercuryo. Alguns temas do livro são abordados a seguir.
Fátima:  Apesar de todo o desenvolvimento da ciência e do surgimento da física quântica, o homem ainda explica o universo a partir da teoria de Newton, formulada no século 17. Porquê?
Casal Andreeta:  Porque ele está condicionado a viver neste mundo que nós conhecemos. O homem comum não tem condições de ver a realidade através do prisma da teoria quântica, porque esse conhecimento é extremamente especifico e a linguagem da física quântica é a matemática avançada. De qualquer maneira, tudo o que você chama de alta tecnologia   o telefone, a televisão, as lâmpadas fluorescentes, o laser   está fundamentado na física quântica.

Fátima:  Vamos supor que a física quântica passasse a ser ensinada no colégio e depois na faculdade. Isso não levaria a uma transformação da realidade, Já que as crenças seriam diferentes?
Casal Andreeta:  Sem dúvida. Você teria um mundo completamente diferente do que ele é. Do ponto de vista da física quântica, a mente prevalece sobre a matéria   e não ao contrário, como a ciência está, até certo ponto, acostumada a colocar. Então, se a pessoa começa a ter uma compreensão da realidade fundamentada na física quântica, lógico que a mente tem de prevalecer sobre a matéria, e dai ela vai começar a dominar todo o processo de criação. 
           Na verdade, nós já vivemos antes num mundo parecido com o da física quântica. Nossa primeira infância, por exemplo, era praticamente fundamentada nela. Não tínhamos nenhum condicionamento deste mundo em que nós vivemos, tudo parecia possível. E se continuássemos a acreditar nisso...
Fátima:  Tudo seria mesmo possível...
Casal Andreeta:  Exatamente! Imagine, por exemplo, uma pessoa que consegue fazer milagres, como Cristo ou um santo qualquer fazia. O que é o milagre? É tornar possível uma coisa que normalmente achamos que é impossível. Na verdade, a mecânica quântica é o reino de todas as possibilidades. O problema é que, na hora em que vamos "aprendendo" a viver neste mundo, vamos nos condicionando; perdemos, por exemplo, as nossas crenças, a fé naquilo que achávamos que podia ser possível. 
       Se levarmos ao pé da letra o nosso entendimento da vida segundo a física quântica, vamos ter a seguinte condição: O mundo é da forma que nós acreditamos que ele seja; nós construímos o nosso meio. Por exemplo: Um átomo não é um núcleo central e um elétron girando em torno dele   esse modelo está totalmente superado. E mais: ele viola a lei do eletromagnetismo. O elétron tem de estar distribuído uniformemente em volta do átomo; ao mesmo tempo, ele é um corpúsculo, uma partícula. A lógica humana não consegue conceber isso, pois é algo que está fora deste universo newtoniano que conhecemos.

Fátima:  Curiosamente, há milhares de anos os místicos já conheciam ao menos parte desse universo quântico...
Casal Andreeta:   De fato, há quatro mil anos, Buda dizia que a mente prevalece sobre tudo; ela domina e cria tudo. Hoje a mecânica quântica está chegando nesse ponto. Os físicos acreditam que, na hora em que vou medir uma partícula, eu a crio; antes disso, ela tinha uma dualidade, era uma partícula/onda, uma coisa completamente estranha ao que conhecemos. Ou seja, somente quando interferimos com a nossa mente, fazendo uma medição, aquilo que era uma onda colapsa e forma uma partícula de matéria. 
Vamos dizer que, no nosso universo, existe uma substância universal chamada substância quântica   que você pode chamar de éter ou de qualquer outro nome. Essa substância quântica é um mar de todas as possibilidades; aí tudo é possível. A primeira coisa que você tem de fazer quando deseja algo é filtrá lo desse quadro de todas as possibilidades. Depois que filtrou, isso ainda não é a coisa que você quer, é algo meio nebuloso. Então, você vai e o observa. No ato da observação esse algo nebuloso e mal definido colapsa, se transforma naquilo que você quer, por exemplo, um elétron, um próton   é mais ou menos assim que a coisa funciona.

Fátima:  Depende da vontade consciente do observador...
Casal Andreeta:  Isso. O vale de todas as possibilidades está aí.
Fátima: Se transportamos para o macrocosmo essa questão da vontade em relação aos átomos, podemos dizer que temos a capacidade de modificara realidade...
Casal Andreeta:  Sem dúvida! Hoje a ciência já sabe que existe uma realidade maior que dá sustentabilidade a essa realidade newtoniana em que nós vivemos. Ou seja, os fenómenos quânticos é que vão dar origem a tudo o que existe. Só que eles têm tamanha complexidade que não podem ser compreendidos pelo intelecto humano; eles o transcendem. O cérebro foi criado para compreender o tridimensional, aquilo que nós vivemos no corpo físico.
Para a física quântica, por exemplo, não existe mais um universo objetivo, quer dizer, eu aqui e o meu experimento lá; tudo é subjetivo, porque eu sou parte do experimento.

Fátima:  Considerando isso, talvez a ciência devesse levar mais em conta o sentimento humano, por exemplo...
Casal Andreeta:  Exatamente.

Fátima:  Já existe essa abertura entre os físicos? 
Casal Andreeta:  Voltamos à sua primeira pergunta: por que as pessoas não utilizam isso? Porque é uma coisa complicada de ser  colocada. Há cientistas que preferem não ter resposta nenhuma do que admitir que existem outros elementos para serem colocados dentro da ciência.
De qualquer maneira, nós acreditamos que estamos numa época de transição e vamos ter de colocar o homem dentro da ciência. Se a energia psíquica cria os experimentos, a natureza, a matéria, se não colocarmos os elementos da mente humana na física, ficará extremamente complicado entender o que está acontecendo.

Fátima:  Os átomos fluem, continuamente, de um corpo sólido a outro, incluindo se aí o corpo humano   o que acaba nos tornando parte de um grande todo. Isso explicaria porque somos contaminados, por exemplo, pela violência ou pelo amor a nossa volta?
Casal Andreeta:  Há aí dois aspectos. O físico já sabe que o corpo humano troca todos os átomos a cada 2,5 anos. Como nós lembramos de coisas do nosso passado, deve existir alguma coisa além da energia e dos átomos que formam o nosso corpo físico: a mente. Nós acreditamos que não há como refutar a existência da mente. O que deve, portanto, transmitir as lembranças e os sentimentos talvez não seja a matéria (onde se acham os átomos), mas a mente.
Por outro lado, saindo um pouquinho da física e indo mais para a psicologia, Jung dizia que todo conhecimento está colocado em arquétipos. Quando acessa esses arquétipos, é como se você entrasse em uma biblioteca, abrisse um livro, tomasse consciência dos conhecimentos ali arquivados e, quando saísse dali, o deixasse aberto sobre uma mesa. Qualquer pessoa que entrasse ali leria o livro que você leu. Segundo a teoria junguiana, esses programas de televisão que dizem ser contra a violência, mas mostram violência o tempo todo, na verdade estão abrindo esse arquétipo, ou seja, criando mais violência.

Fátima:  Se todo o nosso organismo é atomicamente recriado a cada 2,5 anos, nós não deveríamos ser pessoas sempre saudáveis?
Casal Andreeta:   Veja bem, você está reconstruindo o seu corpo físico a cada instante. Mas como seria essa reconstrução? Se partir da premissa de que tudo é da forma que você acredita que seja, cada um tem o seu próprio mundo, dotado de elementos diferentes. Tudo o que acontece na nossa vida é aquilo que nós acreditamos que é inevitável   aquilo que temos certeza que vai acontecer. Se eu sei, por exemplo, que vou envelhecer e morrer, e não tenho o mínimo conflito sobre isso, isso é inevitável para mim.

Fátima:  Em outras palavras, você está me dizendo que, se um dia conseguirmos acreditar piamente que a morte física não existe, nós vamos conseguir ser eternos...
Casal Andreeta:  Não diria que seriamos eternos, porque parece que as células do corpo físico têm um tempo de vida limitado. Essa afirmação, no entanto, pode ser também mais um dos nossos condicionamentos. De qualquer maneira, poderemos ter um corpo saudável por um longo tempo. Se eu tiver plena convicção de que posso transformar esse gravador numa rosa, isso deve acontecer.
Não tem essa, porém, de eu fingir que acredito. Parece que a nossa mente só cria aquilo que nós realmente acreditamos, e não aquilo que fingimos crer. Se eu estou com um problema no estômago, por exemplo, é porque acredito que tenho esse problema. E como dizem: mente sã, corpo são...
Fátima:  Se aceitarmos que a mente cria e domina a matéria, a nossa responsabilidade diante do mundo vai aumentar milhões de vezes...
Casal Andreeta:  Sem dúvida, porque, nesse caso, o homem cria o meio. Então, somos cúmplices de todos esses fatos que estão acontecendo à nossa volta. Só que provar isso cientificamente é complicado, uma vez que a influência do homem no meio ainda não é muito bem compreendida pela ciência. Devemos lembrar, no entanto, que a ciência trabalha com verdades relativas, e as verdades relativas não são permanentes. O que vale hoje pode não valer amanhã. A ciência evolui; através da pesquisa, ela muda os seus conceitos.

Fátima:  David Cross, um dos físicos que criaram a teoria da supercordas, acredita que para entender o universo só precisamos de uma única lei universal. Que lei é essa?
Casal Andreeta:  Na verdade, a teoria das supercordas não está comprovada experimentalmente   é uma teoria. Mas, segundo Cross, tudo o que existe são vibrações, que vêem de uma única fonte. Então, tudo pode ser regido por uma só lei. Nessa teoria o universo é uma imensa orquestra, só estaria faltando para a ciência descobrir o maestro regente...

Fátima:  Que, se fôssemos levar para o lado religioso, seria Deus...
Casal Andreeta:  Seria. Mas, em nossas pesquisas, estamos muito longe de chegar a Deus. Por enquanto, nós estamos querendo chegar só um pouquinho além da matéria.

Fátima:  Como é que a física quântica explica o caso de cura espontânea?
Casal Andreeta:  Se você fizer essa pergunta, por exemplo, para um físico ele vai dizer que não tem explicação para isso. Mas nós achamos que, se a mente prevalece sobre a matéria, se a sua mente acreditar na possibilidade de ser curado e não tiver conflito, você vai conseguir se curar.
Agora, muitas pessoas vão dizer: "Não, física quântica é muito interessante, mas ela só funciona para o mundo microscópico e, na nossa realidade macroscópica, predominam as leis de Newton." Para nós isso é a mesma coisa que você dizer que um prédio é feito de tijolos, mas as propriedades do prédio não têm nada a ver com as dos tijolos. Existe essa realidade quântica por trás desse mundo em que vivemos   não há a menor dúvida.
Dizer que a física quântica não tem influência no nosso mundo macroscópico é uma afirmação um pouco indevida. O problema é que a ciência é cheia de dogmas. E ela não responde o porquê das coisas. Ela só tem respostas para o comportamento da nossa realidade; nós não sabemos, por exemplo, o que é um átomo, um elétron. Nós sabemos que eles se comportam como onda e partícula, mas o que são nós não sabemos.
A ciência trabalha com conceitos e o conceito é aquilo que é consensual, aceito por um grande número de pessoas. Às vezes você diz certas coisas que não têm comprovação experimental, e os cientistas chamam de especulação. Mas nada é mais especulativo do que a ciência em si, porque ela trabalha com verdades relativas, temporárias e isso não diminui em nada a sua importância para a humanidade.

Fátima:  De acordo com os conhecimentos que têm hoje, vocês diriam que a sobrevivência do espirito pode ser uma realidade?
Casal Andreeta:  Evidentemente, a física quântica não consegue comprovar isso. Mas existe um outro tipo de argumento que se deve colocar aí. Se não existe nada além da morte, para que vamos ser bons? Para que querer entender a natureza? Para que o conhecimento? Fica tudo sem sentido. Aliás, nós já sabemos que a mente existe e não morre; se ela não sobreviver, fica tudo sem sentido.

Fátima:  E a reencarnação, é viável?
Casal Andreeta:  Em principio, nós achamos que essa é uma das teorias mais prováveis em relação ao que acontece depois da morte. Pelo menos é a mais cientifica. Seria até injusto não ter reencarnação.
Por exemplo, imagine uma pessoa da favela para quem matar, estuprar e roubar é normal. Ela faz tudo isso porque o seu meio proporciona isso. Então ela morre, é julgada e vai para o inferno. E eu, que vivi em outro meio, recebendo um embasamento moral, vou para o céu. Eu creio que, se não tivesse uma reencarnação, estaria se cometendo uma injustiça com o bandido, pois ele não teve culpa de ter nascido naquele meio.
De qualquer maneira, mais uma vez devemos lembrar que, se sobra a mente, a reencarnação é viável.

Fátima:  Nós podemos traçar um paralelo entre a substância quântica   de onde tudo parece ser originar   e a ideia que geralmente fazemos de Deus, um ser onipresente, onisciente e onipotente?
Casal Andreeta:  Eu acho bastante lógico você relacionar uma coisa com a outra. Deus para o físico é muito mais essa substância quântica que tem todas essas propriedades e características atribuídas pela religião do que um senhor sentado lá em cima e dirigindo o universo.
Na verdade, essas perguntas nos levam a um ponto que não podemos alcançar ainda. Se conseguirmos chegar na mente e mostrar que ela cria e domina a matéria   ao que a mecânica quântica já chegou parcialmente  , já vai ser um avanço enorme.

Fátima:  Curiosamente, religiões como o hinduísmo e o budismo chegaram bem antes da ciência a determinadas "verdades". Como é que isso aconteceu?
Casal Andreeta:  Essas religiões já tinham esse conhecimento, mas sem os detalhes. Elas simplesmente sabiam que era assim. Como nós dissemos anteriormente, Buda já dizia que a mente domina e cria tudo; mas, até onde se sabe, ele não ensinava nenhum detalhe sobre isso.

Fátima:  Mas Buda foi buscar essa informação numa determinada fonte. De que maneira ele teve acesso a isso? Como, há cinco mil anos, o hinduísmo já falava em arquivo akáshico e de mundos paralelos, dos quais hoje a física quântica começa a falar?
Casal Andreeta:  Existe uma teoria que mostra como isso é possível: os conhecimentos eram obtidos por "revelação", eles eram revelados aos iniciados. Você só tem acesso a um conhecimento quando tiver uma certa ética, um certo grau de evolução.
Não porque exista uma discriminação, mas porque você só recebe isso através de uma frequência fina. A sua mente só consegue acessar certos conhecimentos através de um fenômeno chamado ressonância. Imagine o rádio; você só pode sintonizar uma estação, se colocar o aparelho na frequência daquela estação. Da mesma maneira, você só consegue chegar numa determinada frequência onde esses conhecimentos estão se adquirir um grau de sutileza tal que é capaz de entrar em harmonia com esse conhecimento.
E isso independe da cultura que você tem. Por isso algumas pessoas não têm cultura e têm sabedoria.
Fátima:  Quando você fala em entrar em ressonância com o conhecimento, isso quer dizer que ele já existe num nível superior ao humano...
Casal Andreeta:  O conhecimento está todo ai; ele é acessível. O que nós fazemos é simplesmente aceita-lo e dar lhe forma matemática compatível com a realidade em que vivemos. Existem pessoas que dizem que o conhecimento de Deus está na Bíblia. Eu acho que o conhecimento de Deus está em tudo. Na folha de uma árvore, está escrita a história do universo inteiro...

Fátima:  Então, você é obrigado a admitir que existe uma inteligência superior ao homem...
Casal Andreeta:  Sim. Vamos dizer que não se admita que existe uma inteligência superior. Então, de onde vem a nossa inteligência? Ela foi criada de onde? Ela pode ter vindo do nada? Ou de algo que não tenha inteligência para lhe transmitir inteligência? Antigamente não existia vida, não havia materiais orgânicos, somente átomos, moléculas, partículas  tudo era inorgânico; e, no inorgânico, não há inteligência   pelo menos não aquela que nós conhecemos.
De uma hora para outra, o inorgânico se transformou, criou se vida e essa vida se tornou inteligência do nada? Pelo menos para mim, isso é ilógico.
Eu acredito que deve existir algo inteligente para que você possa evoluir e você vai adquirindo essa inteligência... Nós temos cerca de 10(elevado a 28) átomos no nosso corpo físico; a sua organização é tão complexa que é difícil admitir que seja um simples resultado do acaso.

Fátima:  No livro que escreveram, vocês afirmam que tanto a filosofia antiga, como a matemática e a ciência atual concordam que tudo o que constitui o nosso universo teve a sua origem no nada. Vocês poderiam explicar melhor esse conceito de nada?
Casal Andreeta:  O nada é ausência de matéria. Todas as partículas são criadas nesse vácuo absoluto; é nesse local que se criam matéria e antimatéria   cada partícula tem o seu par. Na hora em que se juntam essas duas coisas, elas formam a energia original, que deu origem a isso. Na verdade, no vácuo sempre existe energia, que hoje se conhece como energia do vácuo. Nos Estados Unidos foi feita uma experiência que retira a energia do vácuo, do nada. Existe muita energia no nosso nada; não há mais vazio na natureza: ou há matéria ou energia.
(Por Fátima Afonso, redatora chefe da Revista Planeta)
3 de fevereiro de 1997

Além da sentença do tempo

Sempre guardei recortes de revistas quando achava a matéria interessante ou importante. Hoje, revendo meus guardados, resolvi digitar uma matéria da qual sempre me lembro e guardo com carinho. Essa é a primeira postagem desse blog e a faço como uma postagem de teste, uma vez que tudo ainda está em experimento e, por isso, não postarei um pensamento meu, e sim algo pronto, e que contribui em muito com o que penso e irei discutir nesse blog.
Trata-se da entrevista de Alexandre Mansur na revista Ano Zero. Número e data da revista eu não tenho pois guardei apenas a matéria, mas foi por volta dos anos 90 e 91 no máximo.
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Em cada cabeça um buraco-de-verme!
            A física moderna chama de buracos-de-verme as microligações entre pontos do espaço-tempo, distantes ou paralelos. Por enquanto concebidas matematicamente, essas interligações dimensionais já podem ser exploradas com auxilio de hipnose – segundo o Psiquiatra Fernando Rabelo, pioneiro no Brasil da pesquisa envolvendo mecânica quântica e psiquismo.
            Dr. Rabelo, assessor da diretoria do Hospital Miguel Couto, no Rio de janeiro, o Psiquiatra foi um dos responsáveis pela implantação do Serviço de Saúde Mental no ambulatório. O médico é um dos ardorosos “conspiradores” a favor da adoção de técnicas não convencionais na rede pública.
            Fernando utiliza a hipnose e rememoração no tratamento de pacientes no hospital e em seu consultório particular. Se o tratamento exigir, indica também homeopatia, acupuntura e outras terapias alternativas.
1.    AZ – Ano Zero
2.    FR – Fernando Rabelo
O cérebro humano possuiria estruturas semelhantes aos buracos-negros do espaço sideral
Az – Como funciona a terapia através da regressão (ao passado ou ao futuro) hipnótica? É verdade que ela cria condições para o paciente influenciar acontecimentos distantes, a seu favor?
FR – Toda terapia tem dois tipos de efeito: o direto e o indireto. Por exemplo, se o sujeito tem medo. Por sugestão hipnótica ou psicoterapêutica, posso suprimir esse medo. Isso é um efeito de campo direto. Sem medo, ele está mais seguro, consegue ser mais insinuante em sua participação social. Mas também existe o efeito indireto. Enquanto a pessoa esta melhorando, ela começa a receber sinais positivos de áreas onde aparentemente não tem poder. Ela pode receber uma herança súbita ou conquistar um emprego com poucas vagas. Estou caricaturando. O fato é que diversas circunstancias tendem a se resolver a favor desta pessoa.
Quando o paciente esta melhorando, diversas circunstâncias tendem a se resolver em seu favor.
De alguma maneira, os pensamentos interferem no universo.
AZ – Como explicar isso? Poder extra-sensorial?
FR – A base para explicar isso talvez guarde relação com a física avançada. fundamentalmente, a gente sabe que toda matéria interfere de alguma maneira no Universo. E os pensamentos também, talvez seja preciso destacar uma nova partícula subatômica, o psicótron, capaz de viajar no espaço e no tempo.
AZ – você quer dizer que pensamento positivo ou negativo existe e funciona?
FR – Sim. Existem vários modelos físicos para explicar isso. Costumo trabalhar com uma série de indicações. Ema delas vem da fotografia Kirlian. Nela, a aura de uma pessoa em estado alterado de consciência apresenta uma cor tendendo para o laranja-amarelado ou violeta, que significa a paranormalidade. Isso me faz intuir que a matéria em algum ponto do organismo do sujeito entra em fase com estruturas que vibram nessa frequência, o que possibilita a consciência de um espaço-tempo diferente do nosso.
AZ – Que tipo de estruturas?
FR – Eu apontaria o comportamento interno do elétron, porque caminha num sentido diferenciado do Universo. Este segue no rumo da entropia, ou da desordem. Já o elétron, quanto mais informação ganha, mais se organiza. Esta é a lógica do psiquismo, da mente humana. Isto funciona da seguinte forma: quando você tem um decaimento eletrônico, ou seja, quando um elétron se aproxima de outra estrutura eletrônica e com ela faz troca de fótons, mudando de direção. Trata-se de uma espécie de comunicação. Talvez aí estivesse a linguagem da memória  e da consciência. O Físico francês Jean E. Charon escreve sobre isso. Ele trabalha com números complexos sobre a Teoria da Relatividade e estabelece uma teoria – baseando-se em observações concretas – afirmando que o elétron seria a base do psiquismo.

Memória Quântica
AZ – Quer dizer que a memória e a consciência obedecem ás leis da física quântica?
FR – Certos estudos revelam que a membrana nervosa emite fótons (partículas de luz). E a gente sabe que, dos 10 bilhões de neurônios do nosso cérebro, 10 milhôes podem funcionar no nível quântico. É o seguinte: nas membranas desses neurônios, haveria estruturas chamadas condensados de Bose-Einstein, capazes de funcionar como supercondutores. Elas teriam certos dipólos (sistema com duas cargas elétricas iguais mas com sentidos diferentes: uma positiva outra negativa). Quando esses dipólos entram em estado de fase, ou seja, vibram na mesma frequência, existe grande troca de fótons, isto é, informação, praticamente sem perda de energia. É aí que surge a consciência. A vantagem do sistema Bose-Einstein é que possibilita um fenômeno de supercondução à temperatura do corpo.
AZ – E a viagem no tempo?
FR – No nosso Universo conhecido, podemos nos deslocar em qualquer sentido e direção no espaço mas somente para frente no tempo. Num buraco-negro é o contrário: você pode ir para frente ou para trás no tempo mas somente num sentido e direção no espaço. Por isso, qualquer coisa que entre num buraco-negro não sai, nem a luz. Ora, o elétron é a estrutura que  mais se assemelha a esses misteriosos objetos astronômicos. Tem densidade, temperatura e pulsação própria. Assim, podemos deduzir que para ele o passado e o futuro sejam a mesma coisa em sentidos opostos.
Passado e Futuro
AZ – Desta forma a pessoa tem acesso a fatos passados e futuros como se sua percepção viajasse no tempo?
FR – Isso! Entrando na vibração compatível com o estado de fase dos elétrons mais carregados de informação, ela teria acesso a este tipo de conhecimento. Porém, é preciso entender que juntando todas essas teorias, o futuro se apresenta como uma tendência. Há uma aleatoriedade dentro dele, obedecendo ao princípio de Heisemberg. Nada é obrigatório ou rígido. Aquele fato futuro está lá, mas pode sofrer modificações.
AZ – Mas isso ocorre no nível subatômico da matéria. Como um fenômeno desta ordem pode chegar à nossa percepção?
FR – É preciso deixar claro o seguinte: nós poderemos pegar muitas referências teóricas. Trabalhando com elas, vamos construindo a história. Mas tudo isso é conduzido pelos fatos. E as evidências empíricas existem: você pode fazer regressão para o passado e progressão para o futuro, inclusive prevendo eventos. Por isso, o termo mais adequado é rememoração.
Existem evidências empíricas de que você pode fazer regressão e progressão, inclusive prevendo eventos futuros.
Buracos-de-verme
AZ – Como a física quântica poderia explicar a telepatia e o que você chama de campo indireto?
FR – Quando a pessoa entra em um estado alterado de consciência, suas estruturas se aproximam da frequência, suas estruturas se aproximam da frequência provavelmente mais propícia a entrar em estado de fase com os buracos-de-verme no espaço em que a gente vive. Com isso, temos a possibilidade de nos comunicarmos não só com outros pontos do espaço onde vivemos, mas também com outras dimensões. Isso explicaria um pouco porque o meu pensamento aqui no Rio pode influir na decisão de um indivíduo lá na Bahia, por exemplo.
AZ – Quer dizer que nossa mente poderia estabelecer contato com um buraco-de-verme para realizar telepatia ou fenômenos semelhantes?
FR – Isso é uma hipótese. Também poderia ser simplesmente uma expansão da consciência no espaço dimensional em que a gente vive. Mas hoje a existência dos buracos-de-verme é bem aceita pelos físicos, e na prática os efeitos de campo indiretos existem.
AZ – A mente humana tem esse poder todo?
FR – Tem. Existem diversas evidências concretas a respeito. Parta você ter uma ideia, exames de mineralograma evidenciam que o organismo humano pode, de acordo com seu estado mental, sintetizar metais nobres. Os mineralogramas, exames feitos através dos fios de cabelo da pessoa, revelam quais são as substâncias minerais mais presentes no organismo. Tais exames utilizam a técnica de espectrofotometria, a mesma empregada para examinar a composição dos astros a partir da luz que emitem ou refletem.
             De acordo com o mineralograma de alguns pacientes meus, seu organismo apresenta concentrações de determinados metais que não poderiam estar ali de jeito nenhum. A pessoa apresenta muito ouro, prata ou platina sem ter tido o menor contato com estes elementos. São concentrações injustificáveis mesmo que o indivíduo tivesse absorvido cada partícula ingerida na alimentação. Não dá para adquirir aquilo por vias normais. A única explicação possível é que a pessoa produz os metais no próprio organismo. Podemos até considerar o que os alquimistas diziam em sua época. Mas o importante é que o fato existe. Autores como C. Louis Kervran ou Jean E. Charon advogam que o organismo humano é capaz de realizar a fusão a frio.
Mineralogramas (exames) evidenciam que o homem pode, de acordo com seu estado mental, sintetizar metais nobres no organismo.
A onda-ouro
AZ – Para que o corpo humano produziria estes metais?
FR – Seria mais ou menos o seguinte: a presença de certos metais no corpo humano está associada a determinados estados mentais positivos ou negativos. Quando há muito ouro, por exemplo, eis a depressão. E de acordo com os exames de mineralograma que observei, os pacientes realmente se comportam de acordo com as taxas de metal no seu organismo. Suponho que a onda-ouro, ou o sentimento relativo ao ouro, criaria a partícula-ouro. E assim por diante. Se você entender que a onda e a partícula não são mais do que duas faces da mesma moeda, não há dificuldade em entender isso.
AZ – O que acontece antes: O estado emocional ou o surgimento do metal?
FR – O psíquico sempre vem antes. Tenho a convicção que o psiquismo é a mola mestra das enfermidades. Usando uma terminalogia física, a onda e a partícula estão em concomitância, mas a onda determina o movimento.
AZ – Então, é por isso que estados emocionais negativos provocam doenças físicas?
FR – Não tenho a menor dúvida. Nossa maior dificuldade talvez ainda seja identificar estes estados negativos que precedem a enfermidade, em tempo hábil para prevenir a doença.
AIDS Metaleira
            Fernando Rabelo “desconfia” da AIDS. Ele lembra, com base em evidências recentes, que ainda é cedo para se concluir que a doença mata sempre que há um vírus por trás de todos os casos. Para o psiquiatra, as “campanhas de conscientização” e a ênfase na imprensa estão criando uma onda hipnótica a favor da doença.
AZ – O estado emocional da pessoa explica porque alguns soropositivos manifestam a AIDS mais rapidamente que outros?
FR – Essa questão é muito complicada. Alguns soropositivos manifestam a doença mais rápido porque interferem no corpo físico com um metal onde predominam sentimentos negativos. O exame de metais confirma. Se um indivíduo é soropositivo e fica depressivo, aumenta a quantidade de ouro no organismo e diminui a taxa de silício e lítio, um ligado ao sistema imunológico e outro ao humor. Mesmo a medicina convencional trata pacientes de AIDS com doses de lítio. Eu faço isso ainda explico o que estou dizendo a você agora. Isso contribuiria em muito para reverter esse quadro. Entretanto, há um vetor contrário muito forte: a mídia. A televisão diz que a AIDS mata, condicionando o soropositivo a desenvolver a doença e morrer. O fato é que, quando se condiciona uma pessoa a determinados sintomas, ela os desenvolve. Certa vez um cientista pesquisou isso em uma pequena cidade norte-americana. Ele anunciou à população que um grande lote de um determinado produto muito popular havia sido contaminado e quem tivesse bebido apresentaria manchas vermelhas no rosto. Era mentira. Mas 80 por cento dos habitantes desenvolveram eritemas vermelhos na pele. Portanto, se eu chegar na televisão e falar que a AIDS mata, de certa forma estou fazendo uma sugestão hipnótica. A TV é um indutor hipnótico.
AZ – E não é verdade que a AIDS mata?
FR – Esse vírus é muito questionado. Há indícios que ele já existiria no século passado, a partir da história de pessoas que apresentavam os mesmos sintomas de imunodeficiência. Há quem procure esse vírus em múmias no Egito. É preciso repensar o poder que estamos atribuindo ao HIV. Todo paciente que morreu de AIDS tinha muitos outros micróbios também fatais. É uma porção de cofatores.  Os aidéticos homossexuais ou bissexuais que morreram mantinham a média de 7 a 10 cópulas anais por dia e as fezes são o material mais contaminado da natureza. Será que a sujeira que entra na veia do drogado não deprimiria as defesas do organismo? E o plasma que um hemofílico recebe, formado por um pool com centenas ou milhares de doadores: será que tanta proteína diferente não sobrecarregaria o sistema imunológico? O patologista Carlos Loja teoriza que  o esperma teria uma substância imunodepressora. Isso tudo deveria estar sendo mais considerado.

AZ – Ainda existe muita resistência no meio médico ortodoxo diante das técnicas que você vem adotando?
FR – Sim. Do contrário, já teríamos praticamente todos os hospitais trabalhando com técnicas não-convencionais, boa parte delas inclusive já oficializadas, como a homeopatia, hipnose, fitoterapia ou acupuntura. Ainda assim, encontramos profissionais que afirmam, com um discurso brilhante, que a homeopatia tem identidade com a bruxaria ou misticismo. Quanto a mim, acho que esses são todos fenômenos naturais. A mente científica autêntica aceita todas as possibilidades. A posição de quem nega as evidencias em favor das técnicas alternativas pode ser enquadrada como psicótica. Ciência que rejeita a eficácia comprovada da homeopatia, por exemplo, está sofrendo de uma alucinação negativa. Olha para os fatos e não os vê.
A ciência que rejeita a eficácia comprovada da homeopatia, por exemplo, está sofrendo de uma alucinação negativa. Olha para os fatos e não os vê.
AZ – Bom, não existe mais aquele radicalismo contra.
FR – Agora as pessoas vão ter de começar a olhar de frente. O físico e iôga japonês Hiroshi Motayama pesquisou durante 15 anos, usando aparelhagem sofisticada para eletroencefalogramas, todo tipo de osciloscópios e máquinas de sensibilidade fantástica. Ele analisou as possibilidades de associação entre as medicinas chinesas e indiana. Ele sabe que, ao redor de nós, existe uma estrutura exatamente igual à que vem sendo descrita por  quem tem a capacidade paranormal para percebê-la. Para nós, é muito fácil entender o chacra magnético da Terra. Mas não conseguimos aceitar a existência de um campo energético humano.
Na rede pública
AZ – Qual é a possibilidade de regressão hipnótica ser introduzida como técnica terapêutica na rede pública?
FR – Não sei quanto à regressão. Mas já seria bom se conseguíssemos introduzir a hipnose na emergência e no atendimento ambulatorial. No setor de emergência do Hospital Miguel Couto, já existem alguns médicos e acadêmicos utilizando-a. Embora seja uma perspectiva humilde, é real. Acho que a longo prazo podemos passar a adotar a regressão. 
AZ – Por que há tanto preconceito em relação à hipnose?
FR – Ela guarda um vínculo histórico com algo que foge à lógica do Ocidente. Ela aponta para certas verdades que vão contra os poderes econômico, político e religioso. Em função destes interesses, a hipnose teve uma trajetória cíclica, com momentos de glória e ostracismo.
É fácil entender o chacra magnético da Terra. Mas não conseguimos aceitar a existência de um campo energético humano.
AZ – e por que ela seria importante no processo psicoterapêutico?
FR – Num congresso em Bucareste, em setembro de 1918, após constatar a incidência maciça de neuroses na população do pós-guerra, o próprio Freud reconheceu que a hipótese era importante para um trabalho de massa, por ter resultados mais rápidos. E justificava, de uma maneira ontológica, que deveríamos misturar o ouro ao cobre, sendo um a psicanálise e o outro a hipnose. E já naquela época se sabia – com os trabalhos de Pavlov – que mesmo a relação dual entre paciente e psicanalista este em plano hipnótico.  Naquele período, Ernest Simmel fazia um trabalho de resgatar as neuroses de guerra valendo-se da hipnose.
Incorporando “espíritos”
Az – É verdade que alguns pacientes de rememoração incorporam espíritos desencarnados?
FR – Chamo-os de egos acessórios. Pela minha experiência, posso dizer que isso ocorre quando o campo energético da pessoa esta fragilizado. Pode ter diversas causas. Talvez uma alimentação inadequada, uma falta ou excesso de elementos – como é o caso em nosso meio social. Pode ser um ar ruim, como se respira nas metrópoles. Ou principalmente, carências de relações afetivas com o ambiente ou outras pessoas. Essa fragilidade permite que determinadas formas energéticas tomem conta do material áurico. Pode ser uma incorporação ou uma *parafrenia. A verdade é que está lá e eu tenho que estabelecer um vínculo com ele. Se for outro ego do paciente, devo tratá-lo. Se for um “espírito”, estarei tratando de outra pessoa de qualquer maneira. Por uma razão ou por outra, não estou muito preocupado com a teoria. Se o cliente sair curado daquela complicação específica, tudo bem. 
(*Parafrenia é um “estado mórbido” como a demência precoce)